Categoria Memórias Literárias
Uma
visita inesperada
No
tempo em que eu morava em São José do Ouro RS, com minha família, trabalhava na
lavoura. Ficamos sabendo da venda de lotes nessa região, hoje chamada de União
do Sul, por um amigo que dizia que as terras eram produtivas e tinha muita
madeira. Segundo ele, era um bom lugar, mas não tinha energia e nem muita
gente. Meu marido se interessou e veio conhecer as terras de avião. Quando
voltou, já tinha comprado alguns alqueires e, em breve, viríamos morar aqui.
Enquanto organizávamos a mudança eu pensava. “Meu
Deus, como será esse lugar? Será que vamos conseguir trabalhar para sustentar
nossa família?”. Colocamos a mudança em cima do caminhão e partimos. Com
vontade imensa de chegar logo para matar a curiosidade.
A
viagem foi longa, foram cinco dias intermináveis. Chegamos aqui no dia vinte e
três de junho de 1983. Eu estava com 27 anos. Havia poucas casas e moradores em
meio à mata fechada. As pessoas moravam em barracos de lona, não havia energia,
nem água encanada. Construímos nossa casa depois de cinco meses, antes disso,
morávamos em barracos de lona também. A casa ficou situada perto de um rio e a
rua se chamava Rua do Brejo. Lembro-me que nos alimentávamos dos peixes daquele
rio todas as semanas.
Embora a vida nesse lugar fosse difícil, eu e
minha família nunca passamos fome. Não tinha mercado, então meu marido ia de
caminhão para cidade de Sinop uma vez por mês. Cada vizinho dava uma quantia em
dinheiro e ele fazia compras para todos. Quando aquelas compras acabavam,
trocávamos alimentos uns com os outros, ou comíamos alimentos cultivados como:
banana, abacaxi, abóbora e mandioca. Um dos vizinhos tinha uma vaca leiteira,
então ele dividia o leite entre todos os moradores. Era difícil, mas graças a Deus, também não
havia doenças, nem mesmo gripe. Éramos abençoados.
As pessoas eram unidas. Todos pertenciam
às mesmas histórias. Muitas tristes, outras alegres e também algumas inusitadas...
Uma delas aconteceu após um jantar. Recebemos uma visita inesperada. Deixei as
panelas no chão, ao lado do fogão e fomos dormir. Demorou
um pouco, escutamos um barulho na cozinha, levantamos, acendemos o tchiareto- a conhecida lamparina a querosene- e fomos ver o que era. Praticamente
dentro da panela, comendo a comida que restou do jantar, um bicho pequeno, com
orelhas médias, cor escura, de pele coberta de espinhos. Esse bichinho era um
porco-espinho. Meu marido chamou o vizinho e encheram o coitado de pauladas na
cabeça, dizendo que no outro dia iriam aproveitar a carne. Fomos todos dormir
com a certeza que o bichano estava morto. No dia seguinte, fomos ver o
porco. O coitadinho estava com a cabeça amolgada, em pé, olhando para os lados,
mal conseguia se mover. Ficamos com tanta pena do porquinho que não tivemos
coragem de acabar de matá-lo para comê-lo. Lembro-me bem da imagem do bichinho
parado, parecia triste, esperando a morte. Todas as histórias que vivi nesse
lugar nunca sairão de minha memória...
Hoje caminho pela cidade e vejo muitas
casas, mercados, lojas, farmácia, posto de saúde, as escolas: Estadual e
Municipal. Vejo a praça que naquele tempo não existia, muitas avenidas, a Rua
do Brejo onde eu morava totalmente diferente daquela época, o campo de futebol
e o Ginásio de esportes, onde as crianças e os adultos se divertem. Fico
observando como a cidade está agora, quase toda asfaltada. Para muitas pessoas
que chegaram aqui há pouco tempo, essas mudanças não significam nada. Mas para
mim significam muito, porque fiz parte desse lugar desde quando tudo
começou. Faz 30 anos que moro aqui. Hoje
estou com 57 anos e fico feliz por ter feito parte de muitas histórias desse
lugar.
Diandra Nogueira Batista, 13 anos
(Texto
baseado na entrevista feita com a Srª Dionilse Fortuna Perondi, 57 anos.)
Professora:
Adriani Fátima Leal de Vargas
Escola Estadual Ivaldino Francio • Cidade: União do
Sul – MT
Categoria Crônica
Vamos Imaginar o Paraíso
Ali parada,
sentada em minha cama, olhar distante cabeça ligada a tudo que fiz, li , vi e imaginei...
Tudo em apenas um dia. A minha
imaginação tomou conta do meu corpo, minha cabeça e da minha vida, enfim como todo
adolescente “porreta” estava eu ali ao som do grande Renato Russo, imaginando o
que eu queria para mim, e para toda minha vida. Queria um amor de verdade, uma
amizade sincera uma família toda reunida e até com o tio da piada do “pavê ou
pacumê” e com a tia que não vive sem saber quem é o teu namorado, coisa que eu
nunca tive. Eu queria também a casa mais luxuosa do mundo, a vida mansa e uma
internet que não fosse tão lenta... Queria todas as ruas e estradas da minha
cidade asfaltadas, alias queria a melhor cidade do mundo com um monte de áreas
de lazer e cultura para eu poder ver aquela criança que nunca soube o que era
isso lá brincando e soltando aquela risada com os seus outros irmãozinhos,
queria inclusão na sociedade para aquela família que cuja cor de sua pele faz
os olhos dos preconceituosos verem mal dessa família coisa que eu nunca vi em
alguém que não possui a minha mesma cor, pois é ridículo isso, ridículo o
preconceito, ridículo essas pessoas ridículas. Queria também que os homofóbicos
aceitassem que nem todos tem a mesma opção sexual que todas as outras pessoas.
Alias, queria um mundo onde as pessoas aceitassem como você é.
Chega, chega, chega... Ponto acabou a palhaçada,
acordei... Tropecei na verdade e cai na real, na real que o mundo não é assim e
nunca vai ser, pois as pessoas nunca vão deixar de ser tão hipócritas, e minha
cidade nunca será como eu quero e como imagino, mas também nós não sabemos como
vai ser o amanhã. Vai saber se isso não é como a minha imaginação, que muda do
dia para noite? Nós temos ótimas oportunidades de uma grande cidade, não tão
grande, mas sim do jeito que nós sempre sonhamos, mas também não porque a minha
cidade não é do jeito que eu quero que eu não tenha motivos de amar morar aqui.
Minha cidade tem a tranquilidade de uma noite vazia, tem a felicidade de uma
criança quando ganha seu primeiro presente. Tem pessoas que são do bem, que são
humildes e isso é a coisa mais linda do mundo. Tem famílias que orgulha
qualquer pessoa. Tem escola que daqui sai grandes alunos em rumo ao sucesso.
Depois de tanto
pensar, imaginar e crer em um paraíso. Vou dormir porque na amanhã não é só
apenas outro dia e sim outra chance para a vida que eu sempre sonhei.
Aluna:Bruna Thalia Bremm, 15 anos
Série: 1º ano “A” Matutino / Ensino Médio
Série: 1º ano “A” Matutino / Ensino Médio
Professora: Josiani Francischini Duarte
Escola Estadual Ivaldino Francio
Categoria Artigo de Opinião
Desmatamento com
Devastação será que tem solução?
Como toda maioria diz, “Será que o desmatamento terá
fim?” Na opinião dos estudiosos, pode-se dizer que há meios de lucrar sem
afetar a natureza, com a palavra tão usada sustentabilidade.
Hoje Mato Grosso está no cenário principal do
desmatamento. Como destaque principal a cidade de União do Sul, que até foi
citada no Rio +20.
Como disse a ministra do meio ambiente em uma de
suas reportagens, que haveria mudanças sobre o assunto, mas na cidade de União
do Sul só houve exigências, mas depois de um tempo voltou o desmatamento.
Será mesmo que
acabando com a principal economia da cidade mudará alguma coisa? Poderemos
arrumar algo para que estes operários possam ser empregados?
Aqui está muitas dúvidas,
sem algum tipo de auxilio do governo que tanto critica, poderá haver mudanças
para melhorias?
O desafio maior a ser resolvido, é o meio de
acabarmos com o desmatamento ilegal, e que haja outras maneiras para se
desenvolver uma economia, que não agrida o meio ambiente. Será
que eles no Rio+20 têm a resposta? Se tiver porque não deu certo?
Como todos brasileiros têm o direito de encontrar
mais possibilidades e oportunidades, mas é claro, com o auxilio do governo.
Com esse desmatamento ilegal, nós estamos sendo
prejudicado, e será muito mais nas gerações futuras, pois o nosso bem mais
precioso, que é o oxigênio que respiramos um dia vai acabar.
Há maneiras de desmatar legalmente, através de
manejos sustentáveis, com o corte legal da madeira, de modo que não agrida as
árvores menores, mas um detalhe importante, isso custa dinheiro e o que os
madeireiros desejam é lucrar, e não perder, pois o manejo custa caro e além do
mais, sem contar o tempo que é mais demorado.
Portanto, se nós não começarmos a nos conscientizar
e nos prevenir, pois todos nós sofreremos com o acontece hoje em dia com os
desastres naturais. Esse é meu pensamento e grande parte da população mundial,
mas infelizmente não é o bastante para que haja mudança á curto prazo.
Autor do Artigo de Opinião: Paulo César
Rodrigues Ribeiro
Aluno do 2ºAno C / Período Noturno
Profª : Josiani Francischini Duarte
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