terça-feira, 15 de maio de 2012

Arte na OLP

“A função da arte não é passar por portas abertas, mas a de abrir portas fechadas”
                                                                  Ernst Fisher.

O Slide que segue abaixo foi utilizado no segundo encontro da Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP). A proposta de sensibilização parte do convite tema da OLP - O LUGAR ONDE VIVO. E nesse sentido proponho duas vivências de experimentação artística onde os professores são convidados a perceber o lugar onde vivem, o comum aos nossos olhos. A primeira vivência convido para sensibilização do olhar, do macro para o micro. Para isso utilizamos folha sulfite e tinta guache. Após realizada a impressão na folha, fizeram a análise da forma e com um olhar mais atento são levados a perceber desenhos dentro da "mancha". Alguns relataram que é difícil perceber, pois estamos tão acostumados com a agitação e velocidade, que o olho se nega a parar e observar. Outros auxiliaram nesse processo de descoberta de desenhos, ajudaram os colegas a perceberem formas no seu trabalho. Foi muito interessante. 
Quando recebi o convite para contribuir nessa formação sabia que seria um trabalho muito gratificante, pois a arte é um convite a vida. A arte é feita para o homem entender a si mesmo, entender o outro e ao mesmo tempo o espaço em que se vive.
A partir dessa sensibilização os professores foram convidados a realizar uma segunda atividade intitulada "Desenho colaborativo". Nesse sentido eles iniciaram o desenho representando a sua casa. Era só isso que precisavam fazer. Parar, lembrar de como é sua casa, qual a cor da parede, como são as portas e janelas, o telhado... Em seguida passaram seu desenho com o colega que estava sentado a sua direita e então deveriam tomar pra si o desenho recebido e desenhar a sua rua. Mas a casa já não era mais a sua. O que fazer? Tomar pra si aquela nova casa? Mas para isso devemos pensar como artistas que tem como papel no mundo, mostrar o mundo, recriar o mundo, transformar o mundo numa intenção de mudar não só o mundo, mas também as pessoas. Assim eles foram fazendo, transformando a cada "comando" eles trocaram e desenharam a casa dos vizinhos, identificaram seus vizinhos e perceberam que alguns eles não o conheciam. E isso nos fez pensar. Pensar nessa modernidade, no capitalismo, na correria do dia a dia, nos valores. Representaram também como estava o dia, esse dia poderia muito bem ser o dia de espírito, se estavam alegres, tristes, desanimados. Ao final quando receberam seu desenho de volta, questionou-se a perca de identidade, outros declararam que tiveram ganhos com essas trocas, outros não reconheceram mais a sua casa diante de tanta mudança. E nós? Quantas vezes não mais nos reconhecemos. Não conhecemos os nossos alunos, nossos colegas de trabalho...
Depois de toda sensibilização e produção, partimos para a produção dos poemas.
Acredito que estas atividades tem cumprido o seu propósito que é o de informar, sensibilizar, alertar e gerar opiniões a respeito de algo. A arte só tem sentido quando ela atinge o observador a um ponto que ele se transforme e também possa transformar o outro.




A seguir as fotos das manchas produzidas nas oficinas.



Fotos dos professores durante as atividades.

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